Manifestações em Maputo prejudicam recolha de lixo e geram alerta de saúde pública
As manifestações pós-eleitorais em Maputo estão a dificultar severamente a recolha de lixo na capital moçambicana, segundo alertou o autarca Razaque Manhique em conferência de imprensa.
As barricadas erguidas durante os protestos violentos não só impedem a circulação normal, como também impactam serviços essenciais, como a limpeza urbana, aumentando os riscos de saúde pública.
“As barricadas que temos estado a ver na nossa cidade prejudicam bastante a prestação de serviços básicos (...). Temos estado a ver muito a presença de resíduos sólidos nas ruas e esta presença concorre para problemas de saúde pública”, afirmou Manhique.
A cidade de Maputo produz diariamente cerca de 1,3 toneladas de resíduos sólidos. No entanto, o autarca sublinha que o bloqueio de estradas e ataques a contentores e camiões de recolha agravam ainda mais a situação.
“Imaginemos dois ou três dias de paralisação, com contentores transbordando no meio da rua. Torna-se muito mais difícil”, explicou.
Além das dificuldades operacionais, Manhique denunciou atos de vandalismo durante os protestos, como o incêndio de contentores e "atentados" contra os camiões de recolha de lixo. Apesar de reconhecer o direito às manifestações, o autarca apelou a formas pacíficas de protesto.
As manifestações, que contestam os resultados das eleições gerais de outubro, já resultaram em 76 mortos, 240 feridos por baleamento e mais de 3.000 detenções, de acordo com a ONG moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.
A nova fase de protestos, liderada pelo candidato Venâncio Mondlane, prevê bloqueios de circulação em "todos os bairros" de Moçambique a partir desta quarta-feira.
O cenário agrava as tensões políticas e sociais.
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Fonte: evidência jornal
