PGR de Moçambique critica justiça americana por atraso no caso Manuel Chang
A Procuradora-Geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, criticou a justiça americana pelos atrasos no julgamento de Manuel Chang, ex-ministro das Finanças do país, extraditado para os Estados Unidos em 2023 sob acusações de crimes financeiros relacionados às dívidas ocultas.
Durante o informe anual apresentado à Assembleia da República, Buchili afirmou:
“Manuel Chang encontra-se detido há mais de cinco anos, a pedido das autoridades norte-americanas, mas, mesmo alegando possuir todas as provas, incluindo a acusação, ele ainda não foi submetido a julgamento.”
A procuradora destacou que a situação prejudica o andamento do processo judicial em Moçambique e viola direitos fundamentais consagrados nas constituições dos dois países e em convenções internacionais sobre direitos humanos.
No entanto, especialistas consideram que a crítica de Buchili pode ter outros objetivos. O investigador Borges Nhamirre argumentou que o processo nos EUA está dentro dos prazos normais e que as declarações da PGR tentam desviar a atenção do essencial.
“Manuel Chang foi extraditado em julho do ano passado, e o julgamento deve começar até julho deste ano”, apontou Nhamirre.
Albino Forquilha, outro analista, classificou as declarações como reflexo de desespero diante de um caso que Moçambique não conseguiu reverter.
O caso de Manuel Chang está no centro de um dos maiores escândalos financeiros da história de Moçambique, relacionado às dívidas ocultas, que envolvem mais de dois bilhões de dólares em contratos fraudulentos. A demora no julgamento continua a ser alvo de debates e tensões diplomáticas.
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Fonte:V.A
