Professores boicotam exames finais em Moçambique por falta de pagamento
Inhambane, Moçambique — Cerca de mil professores filiados à Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) iniciaram uma greve na província de Inhambane, recusando-se a vigiar os exames finais das 10.ª e 12.ª classes, que começaram esta segunda-feira (02.12).
A principal reivindicação é o pagamento de horas extraordinárias pendentes desde 2023.
Segundo Osvaldo Rungo, secretário provincial da Amparo, a falta de pagamento deixou os docentes desmotivados para assumir o controlo das provas.
“O Governo tem feito promessas falsas, e isso prejudica o moral da classe”, afirmou.
Reivindicações e impacto
Professores de várias localidades, incluindo Marcelina Jossei, do distrito de Massinga, denunciaram atrasos constantes.
"Dizem que não têm fundos ou que estão a trabalhar no assunto, mas o problema persiste desde 2023", lamentou. Para Gervásio Lázaro, outro docente em greve, a situação é insustentável. “Trabalhamos e o pagamento nunca chega. É como se tivéssemos trabalhado para nada.”
Além da falta de pagamento, outras demandas incluem melhores condições de trabalho e enquadramento justo na Tabela Salarial Única.
Resposta do Governo
O vice-ministro da Educação, Manuel Banzo, reconheceu a dívida acumulada e pediu paciência aos professores.
Ele garantiu que esforços estão em curso para solucionar o problema. "Não é uma promessa falsa, o Governo está a trabalhar para resolver isso o mais breve possível", assegurou.
A greve afetou também escolas nas províncias de Maputo e na capital moçambicana, segundo dados da ANAPRO.
Mais protestos à vista
Caso as promessas não se materializam, os professores podem endurecer os protestos. “Já ouvimos essas garantias antes. Precisamos de ações concretas”, concluiu Osvaldo Ringo.
A paralisação compromete seriamente a realização dos exames finais, essenciais para o futuro académico de milhares de estudantes no país.
Fonte: DW
