Nyusi alerta para riscos de "soluções políticas" na crise pós-eleitoral em Moçambique
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, alertou nesta segunda-feira (09.12) para os riscos associados às "soluções políticas" na gestão da crise pós-eleitoral que tem gerado manifestações e paralisações em todo o país.
Segundo Nyusi, tais medidas podem, por vezes, implicar o abandono da lei, o que pode trazer consequências negativas de longo prazo.
“Há uma linguagem que usou na sua introdução, que é preciso soluções de índole político e não policiais e militares, mas também podia dizer não legais, porque, às vezes, quando se toma uma medida política, abandona-se a lei, e essa lei é o que nos amarra”, declarou o Presidente durante uma reunião com empresários em Maputo.
Empresários moçambicanos presentes no encontro defenderam que a crise deve ser resolvida por meio de abordagens políticas e não através de repressão militar ou policial.
Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), destacou que é necessário restaurar a paz e proteger as instituições.
“Entendemos que a solução para a presente crise só pode ser política e não de qualquer outra natureza, muito menos militar, policial ou de outro tipo de pressão”, afirmou Vuma.
Nyusi, por sua vez, mencionou que o governo tem realizado múltiplas reuniões para encontrar soluções adequadas, mas enfatizou que é crucial evitar criar precedentes que possam perpetuar ciclos de instabilidade.
“A legislação é feita por pessoas, mas devemos ponderar bem quando buscar soluções fora do âmbito legal para não criarmos precedentes cíclicos no nosso país”, acrescentou o chefe de Estado.
A crise pós-eleitoral em Moçambique, marcada por tensões e vandalismo, continua a desafiar o governo, enquanto diferentes setores da sociedade pedem soluções que garantam paz e estabilidade sem desrespeitar o Estado de Direito.
Fonte:dw
